No passado dia 18 de Junho, Tony Carreira proporcionou-nos um “mega-concerto” inserido também no “mega PIC-NIC – O Campo Faz Festa na Cidade”.
Este evento conjunto que já vai na 3ª edição, organizado pela cadeia de hipermercados Continente e pela Câmara Municipal de Lisboa, juntou cerca de 50 mil pessoas na Av. Da Liberdade.
A Av. da Liberdade transformou-se numa quinta gigante formando um corredor com talhões de cultivo, hortas e animais, com os melhores produtos de Portugal. Os talhões tinham animais e produtos vegetais portugueses (plantados em terreno agrícola) numa reprodução real do mundo rural, com o objectivo de despertar as famílias portuguesas para a importância do apoio à produção nacional, atitude que eu venho "defendendo" há mais de trinta anos…Quem me conhece bem sabe que esta afirmação é verdade !
Assim, na minha modesta opinião, parece que "finalmente" os nossos ilustres governantes “abriram os olhos” e perceberam que temos andado estes anos todos a dar tiros nos nossos próprios pés, desprezando e deixando morrer o que é nosso dando preferência aos produtos estrangeiros…Esta “mentalidade” esteve até muitos anos incutida na população. Havia a “mania” de que o que era estrangeiro é que era bom !
Até as grandes superfícies que agora aparecem como "apoiantes do que é nosso” como é o caso, foram das que mais prejudicaram os produtores nacionais quer preferindo muitas vezes os produtos estrangeiros por razões meramente económicas quer usando essas mesmas razões para esmagar margens ignorando que essa atitude contribuia cada vez mais para o “definhar” dos nossos produtores tornando-os cada vez menos competitivos e por isso com menos hipóteses de fazer face à invasão estrangeira, tornando-se num círculo vicioso.
Enquanto os nossos “vizinhos” espanhóis faziam (e fazem) um “proteccionismo” velado ao que é deles, nós fazíamos precisamente o contrário…fantástico ! que atitude inteligente a nossa !
Mas…lá diz o ditado popular que “depois de casa arrombada, trancas à porta”… e agora toca a tentar recuperar a agricultura e as terras abandonadas, para pelo menos produzirmos alimentos suficientes para nosso próprio consumo diminuindo assim a nossa dependência com o estrangeiro (pelo menos nesta área) e ao mesmo tempo baixar as nossas taxas de importação para um maior equilíbrio da nossa balança comercial, actualmente desiquilibrada, pois importamos muito mais do que exportamos …
Esta situação não é ímpar e também noutras áreas de indústria em que fomos bons estagnámos, fomos ultrapassados, deixámos de ser competitivos e “perdemos o comboio”. Estou a lembrar-me por exemplo dos têxteis e da construção naval entre outras. Por essa razão assistimos ao desaparecer de tantas indústrias e hoje, salvo algumas notáveis excepções, somos quase um País de prestação de serviços.
É sabido que antes da nossa entrada na CEE, não soubemos aproveitar os fundos comunitários que nos chegaram destinados ao nosso desenvolvimento a fim de podermos vir a competir com os restantes parceiros. De muitos desses fundos não se sabe sequer o destino que tiveram, outros porventura ainda os vimos por aí a “rolar” convertidos talvez em "jeeps" ou carros de luxo em vez de tractores ou máquinas agrícolas…O resultado final é o que sabemos e está á vista !
Mas, enfim ! Tenho esperança que ainda assim não seja demasiado tarde e que haja uma consciencialização a nível nacional porque acima de tudo, necessitamos de mudar as mentalidades !
Por isso, apesar de tudo é de louvar esta iniciativa e este mega-evento…
E depois deste "desabafo", aqui ficam pois algumas imagens a documentar…
Espero que sejam do vosso agrado.
(NOTA: Ao clicar em cima de cada foto, ela abre em formato maior até 2x)
quinta-feira, 14 de julho de 2011
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